Durante a projeção, não pude conter as lágrimas. E fico feliz ao perceber que não foi de tristeza. Ao subirem os créditos, o sentimento dentro de mim era muito forte e vivo. Ora, não parecia o fim. A parte final da saga de uma geração, encerrou de modo impactante, e garantiu o lugar da franquia Harry Potter na história do cinema. Garantiu também um lugar especial na minha memória e na minha vida. Não foi melancolia e tristeza o que eu sentia no fim do filme. Confesso que, durante a abertura, quando o logo sombrio da Warner veio em minha direção (em 3D), me senti triste em saber que aquela seria a última vez que sentaria na sala de cinema para apreciar mais um capítulo inédito da história de Harry. No entanto, ao longo do filme, essa sensação logo foi misturada, e depois substituída por muitas outras: empolgação, medo, angústia, emoção, até mesmo riso. Quando dei por mim, estava inserido na história, participando da batalha épica em Hogwarts, um combatente na luta final contra as forças das trevas. E felizmente, as lágrimas não foram de tristeza e saudade como havia previsto; foram de emoção diante de atuações tão sublimes e ao mesmo tempo abaladoras de Alan Rickman, Ralph Fiennes, Dan Radcliffe e todos os outros. Encarnando personagens complexos em sua natureza, eles guiaram o destino final de cada um com delicadeza e às vezes com a brutalidade necessária. O suficiente para nos atordoar, de modo que sentimos ódio ou compaixão por cada indivíduo fictício apresentado a nós. Depois de dez anos, finalmente percebemos o verdadeiro caráter de alguns deles, e com isso, aprendemos verdadeiras lições para toda a vida. A saga de J.K. Rowling é repleta de profundas discussões acerca da coragem, da amizade, do amor e do ódio, o bem e o mal, a vida e a morte. E somente ao conhecer o capítulo final, conseguimos finalmente compreender essas lições, que eu levarei para o resto da minha vida. Não é de efeitos especiais que um bom filme é feito. E sim de personagens inesquecíveis e atuações tocantes. David Yates consegue provar isso quando, ao encerrar o filme, a última cena não é uma tomada aérea, mostrando Londres, Hogwarts ou outro cenário fabuloso, como qualquer outro diretor não resistiria a fazer. O filme se encerra próximo aos personagens. São eles que fazem a diferença.
Trailer de Harry Potter and the Deathly Hallows Part 2, o último trailer da série: