O Senhor dos Anéis

Quando eu tinha apenas seis anos, assisti a primeira vez o filme O Senhor dos Anéis e a Sociedade do Anel. Apesar de não ter entendido esta história um tanto complexa para uma criança, fui tomado por um fascínio sem igual. Logo vieram os dois outros filmes, estes quando já era mais velho, e minha imaginação se ocupou pela fantástica saga épica de magia e guerra que envolve a trilogia. Assisti mais de 15 vezes cada filme, e mesmo na 16ª vez, quando já havia decorado todas as falas, O Senhor dos Anéis ainda me surpreendia.

O que mais se pode esperar de uma história, que possui ação, aventura, fantasia, e batalhas épicas contra o mal? O que mais se pode exigir um filme que possui um forte roteiro adaptado, que consegue captar a essência dos livros, um elenco fantástico (Ian McKellen, Viggo Mortensen, Orlando Bloom, etc, etc, etc,), efeitos especiais revolucionários, seqüencias de tirar o fôlego..., enfim, o que mais se pode esperar de um filme que ganha 11 oscars?


Vou responder: nada. Os filmes foram perfeitos, e um tempo depois, quando já era mais velho, tentei me aventurar nos livros de Tolkien. Eu já havia ouvido falar coisas como "esse livro é muito complicado, você não vai conseguir!", e apesar disso, eu simplesmente devorei os três livros. A leitura é complexa sim, mas para quem não está acostumado a ler e tem um vocabulário pobre. O que torna cansativo o livro é o fato de que o autor insisti em dar profundidade à história (e consegue) usando de muita descrição, mas acaba tornando algumas partes um pouco cansativas. É um livro de fato excelente, mas não diria, bem, empolgante. Para um jovem inapto à leitura, eu recomendo começar com Harry Potter, por exemplo, uma leitura muito mais dinâmica.

O Mestre J.R.R. Tolkien

Vale ressaltar a importância da obra de Tolkien na literatura. E vou fazê-lo contando a história de um homem...

John Ronald Reuel Tolkien (J.R.R. Tolkien) nasceu na África do Sul, e aos três anos de idade foi para a Inglaterra, terra natal de seus pais. Desde pequeno foi fascinado pela Literatura e Lingüística. Em 28 de julho de 1914, estourou a Primeira Guerra Mundial, e Tolkien foi convocado para lutar. E foi naquele momento, presenciando o terror de uma guerra, dentro de uma trincheira, que Tolkien começou a esboçar seus primeiros rascunhos, que viriam a dar origem a O Silmarillion, sua principal obra. Anos após o fim da guerra, torna-se filólogo e professor universitário, dando aulas de Anglo-Saxão (considerado um dos maiores especialistas no assunto). Era membro do The Inklings, um grupo de literatura do qual também fazia parte seu amigo C.S Lewis, autor de As Crônicas de Nárnia, outro importante autor de literatura fantástica.


Anos depois, começa a 2ª Guerra Mundial, e Tolkien sente uma dor imensa quando seus filhos são chamados a lutar. Nessa época, ele começou a escrever seu mais famoso livro, O Senhor dos Anéis. É possível que o cenário de guerra em que se passa seus livros seja reflexo de suas experiências traumáticas das guerras. O fato é que seus livros tinham muita relação com sua vida, e ainda nos traz mensagens importantes hoje em dia, 70 anos depois. 


Apesar de todas as dificuldades, Tolkien era católico fervoroso, e manteve sua fé até nos momentos difíceis. Seus livros foram escritos com o intuito não só de entretenimento, mas de uma crítica à sociedade e às guerras. Sua mente brilhante e sua imaginação, fusionada com seu conhecimento de Mitologia Nórdica e Céltica, deu origens às suas principais obras, O Silmarillion, o Hobbit e  O Senhor dos Anéis, que influenciaram profundamente o cenário da Literatura mundial, e mudaram para sempre a vida de milhões de pessoas, mesmo 40 anos após sua morte. J.R.R. Tolkien é considerado por muitos, o Pai da Literatura de Fantasia.


Eu recomendo imensamente a todos os livros e os filmes da saga O Senhor dos Anéis.